sábado, 2 de agosto de 2014

O Tempo

Era uma tarde tranquila, sem nada pra fazer, então resolvi visitar o Tempo. Tomamos chá, chá de hortelã. Conversa vai conversa vem o Tempo me perguntou, "você não vai se queixar de nada?", "por que pergunta isso? eu deveria me queixar de alguma coisa?", eu o respondi sem entender muito bem sua pergunta, "é que geralmente quem vem me visitar vem para reclamar de alguma coisa ...". Eu pude perceber que aquilo o deixava chateado, e por sorte eu não havia ido lá para me queixar de nada. "Tempo meu amigo, outro dia me deu saudade de você a alguns meses atrás, e eu pude perceber que de algumas coisas eu mal conseguia me recordar,  mas aquilo que eu consegui me lembrar me deixou com um sorriso no rosto, cheguei até a reclamar de uma péssima memória, mas logo em seguida fiquei agradecido de não me recordar de tudo, de sorrir do que lembrei, e principalmente, percebi que se você não tivesse passado talvez eu ainda conseguiria me recordar de tudo, e talvez não sorriria das recordações." Ele então deu um leve sorriso daqueles de paz interior e começou a me contar da vez em que as pessoas usavam seus passados para seguirem adiante, levando somente as boas recordações e sorrisos estonteantes.