terça-feira, 24 de setembro de 2013

Abrace uma arvore

Abrace.
Quem vier pela frente, ou o que vier pela frente.


Que peso tem um abraço?
Que valor tem um abraço?


Abrace uma arvore.


Quando sua alma deixar seu corpo,
vai ser meio difícil dar um abraço.
Quando sua voz sumir,
abrace.
Quando suas pernas tremerem,
abrace.
Quando as lagrimas tomarem uma força que você não consegue segurar,
abrace.
Quando estiver desesperado, perdido, sozinho, com medo, sem colo e sem ter pra onde ir,
abrace.


Se não tiver quem abraçar,
abrace uma arvore. 


p.s. nunca sabemos quando um gatilho pode ser acionado, então não deixe um abraço para a próxima, abrace!!

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Naufrago Urbano

Imerso em um silencio. Solidão. Meu silencio. Procuramos, e não sabemos nem ao menos o que procuramos. Um sinal? Sinal de que? Afinal o que queremos?  Atenção? Um abraço? Um novo aparelho de celular? Emagrecer? Viajar? E pra que? Pra se sentir querido? Pra se sentir protegido? Pra se sentir importante? Pra se sentir bonito? Pra se sentir livre? E o que eu faço pra ter? Pra conquistar? Pra acontecer? Eu realmente quero isso?  O que é real? O que me falam? O que me mostram? Ou que eu aceito de tudo que me jogam  todo tempo o dia todo? Eu pensei. Eu sabia quem eu era. Eu achei que sabia. Eu quero. Eu sabia o que queria. Eu achei que era o que eu queria. Mas sempre que tenho algo que quero, um novo querer aparece. Não estou feliz. A hora que eu tiver esse novo querer em mãos eu estarei feliz. Só que não. Eu aceitarei algo novo que jogarão em mim. Eu terei um novo querer. Adiarei minha felicidade por isso. Culparei-me. Culparei você. Culparei o mundo. Culpar-me-ei. Não serei feliz. Não terei atenção. Não receberei um abraço. Não terei um novo aparelho de telefone. Não irei emagrecer. Não viajarei. Não me sentirei querido, nem protegido muito menos importante. Vou olhar no espelho e insatisfeito, sei que vou estar. Preso no meu naufrágio urbano, atrás de um computador. Meu silencio. Solidão. Imerso em meu silencio.